terça-feira, 7 de setembro de 2021

O maior Sete de Setembro de todos

 Estou escrevendo na noite do dia sete de setembro de dois mil e vinte e um. Não sei o que acontecerá amanhã. Sei que do que ocorrerá nos próximos dias dependerá, entre outras coisas, o modo como serão narrados os acontecimentos desse dia grandioso. Então, movido por solidariedade profissional aos professores de História do futuro, farei a minha exposição daquilo que vi e vivi hoje.

A grande concentração de brasileiros no dia de hoje se deu em Brasília e na Avenida Paulista. De verde e amarelo, cidadãos viajaram grandes distâncias desde seus estados para fazer parte de um movimento de repúdio a todo tipo de ameaça a suas liberdades. No meu caso, optei por não sair de minha cidade, o Rio de Janeiro. Em que pese as imponentes concentrações cívicas na capital federal e em São Paulo, por aqui também a manifestação popular foi majestosa. E foi admirável em muitas outras cidades do Brasil também. Essa é uma verdade que, desde antes do dia de hoje, a imprensa trabalhou para esconder. Menosprezou os preparativos, não se fez presente durante o evento e no final saiu falando sobre o que não viu, tentando convencer e se convencer de uma verdade que não se escora em nenhuma realidade. Sim, já fui pesquisar o que a imprensa tem dito e é sempre o contrário do que meus olhos têm visto.

É certo que Copacabana estava mais cheia do que nas outras manifestações. Comparando com outros eventos, como a festa de Reveillon e a visita do Papa Francisco em 2013, algumas pessoas presentes estimaram mais de 2 milhões de pessoas. Eu, modestamente, arriscaria algo em torno de 800 mil, o que já é um número enorme. A imprensa viu, também, ameaça à democracia nos manifestantes de hoje que, segundo ela, eram de extrema-direita. Destruir patrimônio e enfrentar a polícia, coisas que não aconteceram hoje mas acontecem em outras manifestações, não põem em risco a democracia. Segundo a imprensa, o risco à democracia vem de um povo cansado de ser ignorado, de ser tratado com deboche e cinismo, e que decide levar suas crianças e seus idosos às ruas para dizer "chega!".

O povo brasileiro foi às ruas hoje nesse dia que, volto a dizer, foi grandioso. A vontade popular voltou a se apresentar clara e distinta para quem quis e para quem não quis ver. Não importa se estes últimos entraram em estado de negação; o Brasil deu o seu recado. Aqueles que abusam de sua autoridade contra nossas liberdades já sabiam, mas agora o rechaço lhes foi atirado no rosto. Aqueles que se omitem já sabiam, mas agora toda uma nação os acusa de covardia. Aqueles que continuam tentando nos manipular sabiam e sabem, mas agora perceberam que a plateia já não os escuta. Aqueles que nos conduziram pelos sombrios anos da corrupção institucionalizada e sistêmica já sabiam, mas hoje viram o tamanho de nosso desprezo por eles e por suas mentiras desmascaradas. E, no entanto, nada disso foi o essencial. Não importa tanto todos eles continuarem negando que viram o que foi visto. Porque, essencialmente, o povo não foi às ruas hoje para acusar nem para amedrontar ninguém. O povo foi às ruas para mostrar o caminho que quer, a construção de Brasil que exige. Assim, o que realmente importa é quem ouviu esse chamado a iniciar essa obra, agora sim e em definitivo, custe o que custar.

A partir de amanhã começaremos a saber se o projeto de Brasil vitorioso nas urnas em 2018 começará, finalmente, a sair dos sonhos dos eleitores e se tornar realidade. Ou se ele será definitivamente enterrado. Porque, na verdade, depois de hoje, não resta mais outra opção que essas duas.

O maior Sete de Setembro de todos

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